Médicos infectologistas afirmam que a suspensão das aulas nas redes publicas e particulares é válida, pois ajudaria a reduzir em até15% o contágio de gripe suína. Mas recomendam que crianças e pais também evitem outras aglomerações sem as quais poderiam viver nesse momento, como clube, shoppings, jogos de futebol e igrejas.

“Acho que pode ajudar um pouco, mas não vai fazer muita diferença. O vírus continua se espalhando em outros tipos de aglomerações em que não há recomendação da Secretaria da Saúde. Então, pode haver algum impacto muito pequeno.”, diz Esper Kallas, infectologista da USP e do Hospital Sírio-Libanês.

Para o também infectologista Celso Granato, do Grupo Fleury, a medida pode ajudar a diminuir em 15% propagação da gripe. Ele afirma que isso acontece porque as crianças são capazes de produzir mais vírus e por mais tempo que os adultos. “Enquanto um adulto pode transmitir a doença por um período de uma semana uma criança pode transmiti-la por até por duas”, afirma.

Para Granato, outras medidas também seriam necessárias para diminuir o contágio, como o fechamento de igrejas e campos de futebol.

Victor Nudelman, imunologista pediátrico, diz que não adianta só fechar escolas. “Se elas continuarem indo ao shopping, ficarem no meio aglomerado, não vai adiantar.”

Eitan Berezin, presidente do departamento cientifico de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, acredita que o fechamento das escolas poderá ser uma medida importante para evitar a maior disseminação da doença no Brasil.

Professor da USP, Kallas diz que a hipótese mais provável para o aumento expressivo da gripe suína em crianças e adolescentes é que adultos já tenham entrado em contato com um vírus parecido que tenha causado uma resposta imunológica contra a cepa atual.

“Não tem muito o que fazer. O vírus já está circulando e vai continuar sendo transmitido”. Afirma o infectologista.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo - 29/07/09